Faltam fisioterapeutas de plantão em UTIs







m estudo feito pela professora Clarice Tanaka, da Universidade de São Paulo (USP), mostra que sessões de fisioterapia quando realizadas de forma integral reduzem em até 40% o tempo de internação de um paciente em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O recomendável é que toda UTI tenha ao menos um fisioterapeuta 24 horas, mas nem toda unidade hospitalar abraça essa causa.

 

Em Sergipe há o exemplo do Hospital de Urgências do Estado (Huse) que cumpre rigorosamente a proposta defendida pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), mas alguns hospitais e clínicas particulares do estado não seguem a mesma linha.

 

Para tentar zelar por esse benefício à sociedade e lutar pelos direitos trabalhistas de uma categoria composta por aproximadamente 600 pessoas em Sergipe, um grupo de jovens profissionais da fisioterapia está com a proposta de revitalizar o Sindicato dos Trabalhadores Fisioterapeutas de Aracaju (Sintrafa).

 

A presidente é Genny Guarabira, mas é um dos idealizadores do projeto, Leonardo Yung Maciel, que bateu um papo com a equipe do Portal Infonet sobre o sindicato e outros assuntos pertinentes à fisioterapia.

 

Portal Infonet - Como surgiu a idéia de organizar o sindicato?

 

Leonardo Yung Maciel - O sindicado surgiu inicialmente por carência dos trabalhadores do Hospital João Alves Filho [Huse] que não tinham órgão que os representassem ficando muito mais difícil conquistar seu espaço dentro da instituição. Aos poucos os fundadores foram se desfazendo a ponto de atualmente apenas dois membros da diretoria do sindicato serem remanescentes do grupo que o fundou.

 

Genny Guarabira, presidente, Jader Neto, vice-presidente, e Leonardo Yung Maciel, diretor financeiro
Infonet -
 Há alguma estimativa do número de fisioterapeutas em Sergipe atualmente?

 

LYM - No segundo Semestre de 2009 seremos aproximadamente 600 fisioterapeutas nos estado de Sergipe para uma população de mais de 500 mil habitantes.

 

Infonet - Quais as vantagens que a revitalização do sindicato promoverá aos fisioterapeutas?

 

LYM - As vantagens é você ter a certeza que a sua profissão terá representatividade e começará a remar seus caminhos dentro da competência da mesma e não ficar à mercê do direcionamento de outras entidades que nunca vão saber mais de fisioterapia que os próprios fisioterapeutas.

 

Infonet - Quanto ganha em média um fisioterapeuta?

 

LYM - Como em toda profissão há os mais variados salários. De R$ 650 com carteira assinada (acreditem, algumas clinicas de Aracaju pagam isso) a R$ 6 mil ou R$ 7 mil, geralmente em atendimentos particulares ou profissionais autônomos. Isso varia muito da qualificação de cada profissional e do tipo de trabalho que ele se submete.

 

Infonet - E quanto poderá chegar o primeiro piso salarial instituído pelo sindicato?

 

LYM - Recentemente nós tivemos a chegada do nosso código sindical, que nada mais é que a identidade de sindicato, e a partir de então nós temos em todos os âmbitos legais a competência para começarmos um estudo dos pisos salariais em outros estados, e para fazermos uma adequação à realidade do nosso estado. Então realizaremos uma convenção coletiva com o intuito de estabelecermos esse piso salarial, que nada mais é que um direito de todo profissional. Esse é um dos principais focos do sindicato nesse ano de 2009.

 

 

Infonet - Após 40 anos de regulamentação a fisioterapia vive um bom momento no estado?

 

LYM - Nunca achamos que está ótimo, sempre temos metas a atingir, porem eu acredito que após 40 anos temos um respeito muito grande dos profissionais de modo geral e estamos caminhando bem nos nossos objetivos e conceitos, porém há muito o que fazer ainda. Uma das grandes vitórias que tivemos foi a inserção da fisioterapia na mesa de negociação estadual. Veja bem, como se pode haver negociações que envolvem a fisioterapia no âmbito estadua, e não tínhamos sequer um representante de nossa classe para julgar se o que estava sendo direcionado para nós era correto ou não, ficando a cargo das outras classes definir isso. Então atualmente estamos também nessa negociação e não foi fácil pois muitos sindicatos por motivos desconhecidos por nós foram contra, mas é um direito que também temos.

 

Infonet - Atualmente três escolas superiores oferecem o curso em Sergipe. O mercado comporta tantos profissionais?

 

LYM Sergipe tem mais de 500 mil habitantes, com aproximadamente 600 fisioterapeutas, isso dá aproximadamente 900 habitantes por profissional, o que está muito acima dos números tidos como perfeitos para a Organização Mundial de Saúde. A nossa profissão é nova, tem muito o que mostrar para a população, muitas áreas que nós atuamos ainda são pouco exploradas. Uma coisa eu garanto: não faltam pacientes para serem atendidos. Então, sim, temos mercado para tantos!

 

Leonardo Yung Maciel fala sobre o sindicato
Infonet - Os hospitais que têm UTI devem ter um fisioterapeuta de plantão. Em Sergipe isso é respeitado?

 

LYM - Alguns hospitais, a exemplo do Hospital João Alves Filho tem Fisioterapeuta 24h, tanto na UTI como na unidade semi-intensiva, porém isso não se aplica a todos os hospitais, mesmo já sendo mais do que provado a necessidade do fisioterapeuta para o bom funcionamento da UTI eles não cumprem essa norma e essa é uma das nossas lutas.

 

Infonet – Para finalizar, qual o procedimento para os profissionais aderirem ao sindicato?

 

LYM – Todo profissional tem a obrigação legal da contribuição sindical, pois o sindicato é o responsável pela defesa dos direitos do trabalhador. Além dessa contribuição obrigatória existe também a filiação sindical que não é obrigatória, para isso basta entrar em contato com algum membro do sindicato ou ir à nossa sede na avenida Barão de Maruim, na Força Sindical, para fazer o seu cadastro.

 

Por Glauco Vinícius


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