Fisioterapia na UTI aumenta expectativa de vida







Apesar de um crescimento acanhado, o número de fisioterapeutas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está aumentando. O fato tem trazido mais expectativa de vida para os pacientes, isso porque alguns estudos apontam uma redução de até 40% do período de internação, quando a UTI possui um profissional da área 24 horas.
A fisioterapeuta Mariana Borges Teixeira, pós-graduanda em Fisioterapia Cardiorrespiratória, relata que, apesar de índices como esse serem comprovados por estudos, muitas pessoas ainda desconhecem os benefícios do trabalho do fisioterapeuta e o quanto ele é importante na fase de internação. "A fisioterapia tem grande importância, desde a manutenção da função respiratória em pacientes submetidos à Ventilação Mecânica até a Cinesioterapia (exercícios motores)", informa.
 
Segundo Mariana, nos últimos anos, o fisioterapeuta vem conquistando seu espaço, principalmente na UTI, mas a profissão ainda não é tão reconhecida. "Hoje, nos grandes centros, o profissional da Fisioterapia tem total autonomia para a realização de um procedimento, anteriormente discutido com o médico, o que não acontece em hospitais do interior", conta a fisioterapeuta, que trabalhou na UTI coronária do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.
Com a agregação de um profissional da Fisioterapia na equipe multiprofissonal da UTI, é possível, segundo Mariana, não só reduzir a permanência do paciente no hospital, como evitar outros problemas que possam surgir devido ao tempo de internação na UTI. "Um exemplo são os cuidados que deve ter com os pulmões. Eles são muito suscetíveis a infecções, tendo, assim, que receber tratamento especial", explica a fisioterapeuta. Ela acrescenta que, com os procedimentos fisioterapêuticos, é possível também tratar a parte motora, evitando o aparecimento de feridas e problemas em articulações.
 
"A fisioterapia previne embolia pulmonar, escaras, contraturas e deformidades, além de melhorar o volume e a capacidade pulmonar e eliminar as secreções brônquicas, dentre outras", afirma. Por isso, de acordo com a especialista, a maioria dos pacientes internados na UTI necessita de cuidados do fisioterapeuta, quais sejam aqueles com doenças cardiopulmonares, musculares e circulatórias.
Os procedimentos utilizados, de acordo com a profissional, envolvem manobras desobstrutivas e reexpansivas, higienização brônquica, mobilização, mudança de decúbito e operação de aparelhos da ventilação mecânica, bem como, de oferta de oxigênio. O profissional da fisioterapia pode intervir no que achar importante e eficaz no tratamento, discutindo previamente, sempre, a conduta com o médico que acompanha o paciente. "O trabalho é feito a partir das necessidades do paciente e sempre respeitando as suas limitações", completa.
 
Fonte: A Tarde On Line

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