Jade Barbosa e Daniele Hypólito sofreram com as contusões ao longo da carreira. Rebeca Andrade, atleta da nova geração da ginástica, espera não sofrer tanto quanto a dupla e tem razões para acreditar que sua caminhada vai ser diferente. Aos 13 anos, ela conta com o programa preventivo de lesões do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como aliado. Implantada há dois anos, a iniciativa já apresentou resultados e a expectativa é que o número de problemas com atletas diminua ainda mais até as Olimpíadas de 2016.
- Comecei esse trabalho com 21 anos. Elas estão começando com 12, 13 anos. Talvez não tenham metade ou um terço do que eu tive pela prevenção - disse Jade, que já teve problemas no punho, cóccix e canela e também faz parte do programa.
O trabalho é feito antes do treino, com exercícios específicos. Rebeca, uma das apostas do Brasil para os Jogos do Rio de Janeiro, sabe da importância que isso pode ter no futuro. Atleta do Flamengo e da seleção juvenil, ela já incorporou as atividades de prevenção ao dia a dia.
- Posso até ter (lesões), mas vai ser difícil. Esses exercícios ajudam muito quando estamos treinando. Vai fortalecendo o músculo para não acontecer essas coisas, de precisar fazer cirurgia - explicou.
Para Henrique Jatobá, fisioterapeuta do COB, o atleta que começar a prevenção no início da carreira, além de todos os benefícios de não frequentar o departamento médico com frequência, pode prolongar a vida no esporte. Ele chama a atenção para a importância de valorizar a prevenção.
- Quanto custa um atleta machucado? E quanto custa prevenir? Quanto custa investir numa equipe multidiciplinar, com médico especializado, fisioterapeuta, bom preparador físico, fisiologista? A saúde no esporte se resume a uma palavra chamada prevenção - considerou.
O Comitê Olímpico Brasileiro já percebeu resultados. Na última edição das Olimpíadas, em Londres, 37% dos atletas tinham alguma lesão. O número já foi muito superior, como em Atenas-2004, quando atingiu os 53%.
O fisioterapeuta do Flamengo Igor Letra acredita que, desenvolvendo programas de prevenção, a tendência é que o cenário só melhore.
- No Flamengo, pelos dados do departamento médico, de 2011, antes de começar, e agora, reduzimos na faixa de 60% das lesões. A importância do trabalho de prevenção cedo é a longo prazo. Lá na frente vai ser muito melhor para elas - considerou.
Mesmo assim, nunca é tarde para prevenir. O velejador Robert Sheidt, dono de cinco medalhas olímpicas (dois ouros, duas pratas e um bronze), aceitou o convite de integrar o programa e não demorou a perceber diferenças.
- É uma pena que eu não tenha descoberto esse programa ainda antes na minha carreira. Diminuíram as dores e senti a musculatura mais reforçada para a exigência física que eu tenho.
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