Procedimentos cirúrgicos ajudam no tratamento da espasticidade








Um acidente de moto em 2013 mudou a vida do Francisco Alves. Aos 30 anos, o jovem não sente as pernas, é cadeirante e sofre com uma doença que pouco conhecia: a espasticidade. “Eu já tinha ouvido falar nela, mas não fazia ideia de como era ter”, conta Francisco.

A espasticidade é um distúrbio neurológico progressivo que provoca deformidades nos músculos dos membros e movimentos involuntários bruscos, comprometendo a qualidade de vida e o tratamento da pessoa com deficiência físico-motora.

Entre as doenças que provocam o quadro, estão lesão cerebral e medular, que ocorre em vítimas de acidentes de trânsito, por exemplo; Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido como derrame cerebral; paralisia cerebral; esclerose múltipla; entre outras.

Pessoas que sofrem a espasticidade devem estar inseridas em um programa multidisciplinar de reabilitação. É o caso do Francisco Alves, que há dois anos realiza tratamento no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir).

Além de sessões semanais de fisioterapia, o paciente é acompanhado por profissionais do Ambulatório de Espasticidade da instituição, com atendimentos especializados a pessoas com deficiência que sofrem da doença.

O local, que já atendeu mais de 750 pacientes, realiza aplicações de toxinas botulínicas, procedimento responsável por melhoras no quadro de espasticidade; orientações para o tratamento; e, em casos especiais, encaminhamentos para procedimentos cirúrgicos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Como o Ceir atende em modalidade ambulatorial, os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados nos hospitais de referência na reabilitação em alta complexidade do estado”, explica Francisco José Alencar, médico neurocirurgião e superintendente executivo do centro.

Ceir mantém parceria com HGV e HILP

Segundo Alencar, o Ceir mantém parceria com o Hospital Getúlio Vargas (HGV) e o Hospital Infantil Lucídio Portella (HILP) para a realização desses procedimentos cirúrgicos.

“A espasticidade é uma situação que piora muito a evolução no tratamento do paciente e quando não bem avaliada e acompanhada, compromete a locomoção e a realização de atividades diárias”, acrescenta o médico neurocirurgião.

Francisco Alves foi submetido por cirurgia em março deste ano, no HGV, e comemora os resultados. “Estou sentindo uma melhora durante as terapias, apesar de ainda sofrer com alguns movimentos involuntários”, comenta o paciente.

Simpósio debate sobre a espasticidade

Reunir a comunidade científica em torno de uma doença que compromete o trabalho de profissionais em pacientes com quadros de espasticidade. Este é o objetivo do I Simpósio de Espasticidade do Piauí.

O evento será realizado no dia 17 de setembro, no auditório do Ceir, e é uma promoção do centro em parceria com a Associação Reabilitar, organização social que administra a instituição.

As inscrições estão sendo realizadas no site www.reabilitar.org.br e seguem até o dia do simpósio. A taxa de inscrição é no valor de R$ 100 para profissionais de saúde; R$ 70 para profissionais do Ceir; R$ 70 para pacientes e/ou cuidadores; e R$ 50 para estudantes, com direito a coffe break e almoço.
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