POR QUE DESMEMBRAR OS REGIONAIS EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO?
Nas últimas eleições do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), foi criticada duramente a forma com que as eleições foram conduzidas. Chegou-se inclusive a pedir intervenção do Ministério do Trabalho na Autarquia Federal. Na época, o atual presidente do Coffito, Dr. José Euclides Poubel e Silva, então candidato, afirmou junto ao Ministério do Trabalho que o Coffito "...está sujeito ao chamado controle ministerial...". (clique aqui para ver o inteiro teor) Depois de eleito, este dirigente vem fazendo exatamente o que criticara no passado. Recentemente e contraditoriamente, ele contestou a competência do Ministério do Trabalho em normatizar o processo eleitoral do Coffito e dos Conselhos Regionais. Com essa medida, o presidente do Coffito tenta chamar para o seu Plenário o direito de decidir quem deve ou não ser eleito.
As contradições não param por aí. Na época de sua eleição, o atual presidente do Coffito recorreu à Justiça para impedir a criação de três novos regionais, alegando que isso seria necessário "...a fim de não abrir ensejo a mais malandragem do lado de lá..." (clique aqui para ver o inteiro teor)
A menos de nove meses das eleições do Coffito, feita por meio do voto indireto, os atuais dirigentes anunciam, no site do Conselho Federal, a intenção de criar seis novos Conselhos Regionais, antes do final da atual gestão administrativa (18/06/2008). Afirmam que a medida visa a desburocratizar a administração, facilitando a fiscalização do exercício das profissões.
Na verdade tudo não passa de mais uma manobra para tentar a todo custo e preço se manter no poder. A eleição do Coffito é indireta e cada regional tem direito a um voto. Assim, entendemos que a única saída possível para os atuais dirigentes do Coffito, diante dessas e de outras contradições, seria tentar angariar novos votos para as eleições do Conselho Federal, mediante a criação oportunista, neste momento, de novos regionais.
Não somos contrários à criação de novos regionais. Entendemos e respeitamos os anseios de cada Estado em sediar o seu regional. Todavia essa conquista somente será plena se o regional puder exercer a sua total autonomia: política, financeira, administrativa, contenciosa e disciplinar. Ocorre que os custos para criar e dar sustentação a um novo regional são enormes. Hoje os regionais com poucos profissionais, não raro, solicitam empréstimos ao Coffito para pagar parte de suas contas. Alguns dos mais antigos não têm sequer recursos financeiros para comprar viaturas e contratar fiscais. Paradoxalmente, os dirigentes do Coffito querem desmembrar alguns destes regionais que não conseguem sequer manter as suas próprias máquinas administrativas.
Ora, para resolver os problemas das distâncias geográficas do Brasil e proporcionar um mecanismo eficiente de interação e operacionalização da máquina administrativa, torna-se necessário usar a tecnologia da informação. Com esse modelo de gestão, o profissional pode resolver qualquer solicitação on line, de qualquer lugar e a qualquer hora. O uso da tecnologia da informação e uma fiscalização móvel, eficiente e articulada com outros órgãos públicos (Anvisa, Vigilância Sanitária, Ministério Público, Polícia, Procon), possibilitam cobrir vastas extensões territoriais dentro dos Estados e entre eles.
Os Conselhos Profissionais precisam ser colocados a serviço da sociedade e dos profissionais. Não podemos admitir que em nome de uma possível descentralização se criem estruturas onerosas e ineficientes que sirvam, apenas, para manobras políticas.
Dra. Rita de Cássia Garcia Vereza
Presidente do Crefito-2
Dr. Gil Lúcio Almeida
Presidente do Crefito-3
Dr. Hildeberto Lopes dos Santos
Presidente do Crefito-4
Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Presidente do Crefito-5
Dr. Eduardo Olivio Ravagni Nicolini
Presidente do Crefito-11
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